Eleições 2010
Rev. Paulo Froes
Política é um assunto que nos faltam às palavras e sobram os palavrões. Mas como povo do Deus que está envolvido em todos os organismos e organizações, precisamos exercer nossa cidadania, e para isso é necessário um cuidado maior para decidir em quem votar nestas eleições.
Particularmente como Igreja Presbiteriana do Brasil, respeitamos o fato de nosso país ser um estado laico, através do (Decreto 119-A, de 17 de janeiro de 1890), o que o torna uma nação sem religião oficial. Isto implica que o poder público mantém-se neutro e imparcial no que se refere aos temas religiosos, e da mesma forma a Igreja não deveria interferir no governo público, querendo que este a beneficie. Basta ver a quantidade de feriados religiosos em nosso calendário e imagens religiosas em prédios públicos e praças para ver que isto não tem sido observado. A Igreja evangélica tem lutado erroneamente para receber a mesma atenção que a Igreja Católica, como a aprovação do dia do evangélico, o que tem motivado movimentos de outros credos, como um projeto que tramita no congresso para mais um feriado, do dia nacional de satanás.
Portanto como presbiterianos não temos preferência por um partido político ou candidato em específico e nem direcionamos ou manipulamos os votos para certos candidatos ou partidos. Nosso papel como cidadãos é avaliar cuidadosamente a todos e com a orientação de Deus votar consciente naqueles que representam o bem comum da sociedade, e não apenas parte dela. Hoje candidatos representam interesses particulares de sindicatos, ONG’s, igrejas, LSGBT e muitos outros, a sociedade no seu todo precisa daqueles que se propõe a trabalhar pelo bem comum, pretos e brancos, ricos e pobres, patrões e empregados, crentes e descrentes, só assim teremos um país verdadeiramente democrático.
Aprendemos que o reinado de Cristo sobre a história significa que toda a vida pertence a Deus e está sob uma só direção do espírito de Cristo. “o poder civil é uma vocação, não somente santa e legítima diante de Deus, mas também mui santa e honrosa entre todas as vocações.” João Calvino. E Abraham Kuyper acrescenta, “a vida toda está consagrada ao serviço de Deus.”
Nossa missão é interceder pelo bom andamento da vida política de nossa cidade, estado e país. Pois “Todo homem esteja sujeito às autoridades superiores; porque não há autoridade que não proceda de Deus; e as autoridades que existem foram por ele instituídas.” (Rm 13:1). E não devemos difamar aqueles que estão envolvidos na vida pública, pois esta atitude é comum “aqueles que, seguindo a carne, andam em imundas paixões e menosprezam qualquer governo. Atrevidos, arrogantes, não temem difamar autoridades superiores.” (2 Pe 2.10).
Mas como votar com a consciência tranquila diante do momento crucial em que vivemos, onde leis perniciosas ameaçam os valores da família e da fé cristã? Em momentos decisivos como esse, precisamos lembrar que; “a grande verdade que temos de aprender é a de que Deus está no controle da História. Pois o nosso soberano senhor está no leme e tem o barco inteiro nas suas mãos e ele não afundará. Ele é o Senhor que cuida dos seus filhos e toma conta de todas as suas necessidades.” Heber Carlos de Campos .
Além das sábias palavras do pastor Heber Campos nos orientando a descansar na providência de Deus, podemos também observar algumas questões importantes antes de votar;
ü Ore a Deus, pelo processo das eleições para que os eleitores tenham consciência da importância e da responsabilidade do voto como arma para a construção de um novo país livre da corrupção e da impunidade.
ü Procure conhecer o melhor que puder o seu candidato, seu passado suas idéias e o seu partido, pois todos representam os interesses maiores de seus partidos e dos financiadores de suas campanhas.
ü Nunca venda ou negocie seu voto. A compra e venda de votos é prática muito comum e precisa ser banida de nosso país. Pois é proibida a troca do voto por bens ou favores. E você sabia que a pena não está restrita ao candidato, pois o eleitor que vender o seu voto também é preso, podendo pegar até quatro anos de reclusão?
ü Não vote em candidatos corruptos e mal preparados. A eficiência das Urnas Eletrônicas não pode nos fazer esquecer um problema tão grave em nosso país, a corrupção e o despreparo dos políticos, que recebem gordos salários para apenas cumprirem a vontade do partido e não trabalham em favor do povo.
ü Não vote em quem desrespeita as leis e o povo durante a campanha. Candidatos que sujam as ruas e praças com materiais da campanha e fazem barulhos próximos a escolas, Igrejas e hospitais, não merecem nosso voto.
ü Vote crendo que o seu voto é a ferramenta que o Deus Soberano usa para cumprir a sua vontade em nosso país por meio daqueles que escolheremos através do voto consciente.
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