A
família na época pós-moderna
Rev.
Hernandes Dias Lopes
A pós-modernidade está firmada sobre o tripé: pluralização,
privatização e secularização. A pluralização diz que há muitas ideias, muitos
valores, muitas crenças. Não existe uma verdade absoluta, tudo é relativo. A
privatização diz que nossas escolhas são soberanas e cada um tem sua própria
verdade. A secularização, por sua vez, coloca Deus na lateral da vida e o reduz
apenas aos recintos sagrados. A família está nesse fogo cruzado. Caminha nessa
estrada juncada de perigos, ouvindo muitas vozes, tendo à sua frente muitas
bifurcações morais. Que atitude tomar? Que escolhas fazer para não perder sua
identidade? Quero sugerir algumas decisões:
Em primeiro lugar, coloque Deus acima das pessoas. No mundo temos
Deus, pessoas e coisas. Vivemos numa sociedade que se esquece de Deus, ama as
coisas e usa as pessoas. Devemos, porém, adorar a Deus, amar as pessoas e usar
as coisas. A família pós-moderna tem valorizado mais as coisas do que o
relacionamento com Deus. Vivemos numa sociedade que valoriza mais o ter do que
o ser. Uma sociedade que se prostra diante de Mamom e se esquece do Deus vivo.
Em segundo lugar, coloque seu cônjuge acima de seus filhos. O índice
de divórcio cresce espantosamente no Brasil. Enquanto os véus das noivas ficam
cada vez mais longos, os casamentos ficam cada vez mais curtos. Um dos grande
erros que se comete é colocar os filhos acima do cônjuge. Muitos casais
transferem o sentimento que devem dedicar ao cônjuge para os filhos e isso, fragiliza
a relação conjugal e ainda afeta profundamente a vida emocional dos filhos. O
maior presente que os pais podem dar aos filhos é amar seu cônjuge. Pais
estruturados criam filhos saudáveis.
Em terceiro lugar, coloque seus filhos acima de seus amigos. Muitos
pais vivem ocupados demais, correm demais e dedicam tempo demais aos amigos e
quase nenhum tempo aos filhos. Alguns pais tentam compensar essa ausência com
presentes. Mas, nossos filhos não precisam tanto de presentes, mas de presença.
Nenhum sucesso profissional ou financeiro compensa o fracasso do relacionamento
com os filhos. Nossos filhos são nosso maior tesouro. Eles são herança de Deus.
Equivocam-se os pais que pensam que a melhor coisa que podem fazer pelos filhos
é deixar-lhes uma rica herança financeira. Muitas vezes, as riquezas materiais
têm sido motivo de contendas na hora da distribuição da herança. Nosso maior
legado para os filhos é nosso exemplo, nossa amizade e nossa dedicação a eles,
criando-os na disciplina e admoestação do Senhor.
Em quarto lugar, coloque os relacionamentos acima das coisas.
Vivemos numa ciranda imensa, correndo atrás de coisas. Muitas pessoas acordam
cedo e vão dormir tarde, comendo penosamente o pão de cada dia. Pensam que se
tiverem mais coisas serão mais felizes. Sacrificam relacionamentos para
granjearem coisas. Isso é uma grande tolice. Pessoas valem mais do que coisas.
Relacionamentos são mais importantes do que riquezas materiais. É melhor ter
uma casa pobre onde reina harmonia e paz do que viver num palacete onde
predomina a intriga.
Em quinto lugar, coloque as coisas importantes acima das coisas
urgentes. Há uma grande tensão entre o urgente e o importante. Nem tudo o que é
urgente é importante. Não poucas vezes, sacrificamos no altar do urgente as
coisas importantes. Nosso relacionamento com Deus, com a família e a com a
igreja são coisas importantes. Relegar esses relacionamentos a um plano
secundário para correr atrás de coisas passageiras é consumada tolice. A Bíblia
nos ensina a buscar em primeiro lugar o reino de Deus e a sua justiça, sabendo
que as demais coisas nos serão acrescentadas. Precisamos investir em nosso
relacionamento com Deus e em nossos relacionamentos familiares, a fim de não
naufragarmos nesse mar profundo da pós-modernidade!
Nenhum comentário:
Postar um comentário