Reforma Protestante: uma benção para a Igreja
Quando falamos da Reforma protestante, devemos nos
lembrar do movimento que atingiu boa parte da Europa no século XVI, tendo como
seu auge a data de 31/10/1517. Queremos listar o nome de alguns homens de Deus
que contribuíram para que a Igreja voltasse às raízes do cristianismo bíblico:
Martinho Lutero, pregando suas noventa e cinco teses na porta da
Igreja do Castelo de Wittenberg, desafiou, conforme transpareceu, todo o
sistema religioso do seu tempo. Pensamos nele, na Dieta de Worms, uns anos
após, enfrentando o sagrado imperador romano e também o papa Leão
X, os quais ordenaram que ele retirasse seus desafios e seu testemunho da justificação pela fé.
A resposta famosa que deu ao imperador, aos nobres e
aos dignitários eclesiásticos da Europa central foi esta: “A não ser que os
senhores me provem pela Escritura e pela razão que estou errado, não poderei e
não me disporei a voltar atrás. Minha consciência está sujeita à Palavra de
Deus. Ir contra a consciência não é direito nem seguro. Aqui fico. E que Deus
me ajude. Amém”. Essas palavras magníficas têm ecoado até nós através dos
séculos, e com justiça.
Lutero manteve-se firme em sua fé. Traduziu a Bíblia
para o alemão, pregou e escreveu incansavelmente para difundir a mensagem do
Evangelho. Tornou-se o pioneiro da Reforma. Seu nome por certo será honrado
enquanto durar a História.
João Calvino, aquele erudito recatado que só queria ser um homem
de letras que estivesse lendo e escrevendo livros durante a vida inteira. Mas o
feroz Guilherme Farel, de barba ruiva, lhe disse que ele precisava se
estabelecer em Genebra para ali tomar parte no trabalho da Reforma. E ele fez
isso. Com apenas quatro horas de sono por noite, não só pregava sermões
diariamente e se desincumbia de suas responsabilidades pastorais, como também
labutava com a caneta, produzindo, entre outras obras-primas, as Institutas,
essa grande declaração cristã que, para muitos de nós, ainda está numa classe à
parte. Também escreveu comentários sobre a maioria dos livros da Bíblia,
estabelecendo novos e elevados padrões de exposição fiel. Faleceu aos cinquenta
e cinco anos, completamente esgotado − outro dos heróis de Deus.
João Knox*, obrigado a passar uns dois anos como escravo remador
de galé por causa de suas atividades como reformador, foi finalmente
recompensado por algumas semanas extraordinárias, durante as quais praticamente
toda a Escócia aderiu à Reforma. De um dia para o outro a Escócia tornou-se a
nação tenazmente protestante que tem sido desde então.
William Tyndale, que desafiou o rei, traduzindo a Bíblia. Acabou
condenado à fogueira na Bélgica porque Henrique VIII alertou a Europa toda de
que ele precisava ser morto.
Thomas Cranmer, o arcebispo de Henrique, em Cantuária, que aguardou
até ser possível produzir uma confissão de fé reformada e um livro de orações
também reformado para a Igreja Anglicana. Mas cedo demais Eduardo VI, seu
patrocinador real nesse empreendimento, morreu, e Mary tornou-se rainha. Ela
decidiu levar a Inglaterra de volta a Roma. Mandou à fogueira uns 330
protestantes ingleses, incluindo cinco bispos; Cranmer foi um deles. Jogaram-no
na prisão, onde foi colocado sob pressão intolerável. Hoje daríamos a isso o
nome de lavagem cerebral. Por causa da pressão extrema, ele se retratou de suas
convicções protestantes assinando seis documentos nesse sentido, poucos dias antes
de morrer na fogueira. Tinham-lhe dito que, se os assinasse, seria perdoado.
Quando descobriu, no dia seguinte, que seria queimado vivo assim mesmo, passou
a noite em claro retratando-se por escrito daquela primeira retratação. Leu
isso em voz alta na Igreja de Saint Mary, em Oxford, na presença de seus
acusadores estupefatos, que logo apressaram sua saída para a fogueira. Morreu
estendendo a mão direita às chamas, assim cumprindo uma promessa daquela sua
última fala: “E posto que minha mão ofendeu, escrevendo contrário a meu
coração, minha mão será punida primeiro por isso; pois seja eu levado ao fogo,
será queimada primeiro”.
Que o exemplo de vida e o ministério desses nossos
irmãos possam incendiar nosso coração para que o nome de Jesus seja anunciado
em nossa Pátria.
Soli Deo
Gloria.
Rev. Romildo Lima de Freitas
(Texto adaptado)
Fonte:
Igreja Presbiteriana de Guaçuí – ES
*John
Knox foi o fundador da Igreja Presbiteriana, iniciada na Escócia,
tendo como
igreja mãe a Igreja de Santo Edígio (ou St.
Giles).
Catecismo Maior
Pergunta 21. “Continuou o homem naquele estado em que Deus o criou no princípio?
Resposta: Nossos primeiros pais, sendo deixados à liberdade de sua própria vontade,
pela tentação de Satanás, transgrediram o mandamento de Deus, comendo do fruto
proibido; e por isso caíram do estado de inocência em que foram criados (Gn 3.
6-8,13; II Co 11. 3).”
Pergunta 22: “Caiu todo o gênero humano na primeira transgressão?
Resposta: O pacto, sendo feito com Adão, como um representante, não para si
somente, mas para toda a sua posteridade, todo o gênero humano, descendendo
dele por geração ordinária (At 17. 26), pecou nele e caiu com ele na primeira
transgressão (Gn 2.17; Rm 5. 12-20; I Co 15.
21, 22).
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