A Gravidade do Culto Solene
Rev. Daniel Alves da Costa
Você já parou para pensar na gravidade que é estar presente num culto a Deus? Estar na presença do Deus vivo, o Todo-Poderoso, cultuando-o, é algo sublime e ao mesmo tempo extremamente grave. Por “grave” refiro-me ao peso e à responsabilidade que temos diante de Deus e não a penalidades. Todo respeito, reverência, temor e tremor deve haver em nosso coração. Estamos na presença do Deus vivo. Esse Deus é amoroso, longânimo, misericordioso e gracioso, mas, ao mesmo tempo é um Deus vingativo, severo, justo, santo, perfeito, que não tolera iniqüidade nem inocenta o pecador. Pecar no dia-a-dia é uma coisa, agora pecar no momento de culto é algo terrível. Muitos servos de Deus foram consumidos por serem irreverentes, relaxados, sinceros mas errados, nos momentos de culto a Deus. Nadabe e Abiu foram consumidos na hora, por levarem ao altar do Senhor, o que este não lhes ordenou, ou seja, quiseram cultuá-Lo do “seu jeito” e não como Deus ordenara (Lv. 10:1-2). Belsazar cometeu um grande sacrilégio. Tomou dos utensílios consagrados da Casa do Senhor e os utilizou de forma impura. Escarneceu do sagrado e exaltou o profano. Resultado: morreu naquela mesma noite (Dn. 5). Ananias e Safira mentiram no momento das ofertas. Diante de toda a igreja, fuminados caíram pela ira de Deus (At. 5:1-11). Os crentes de Corinto, durante os cultos e especificamente durante a Santa Ceia, comiam como glutões e se embriagavam como mundanos. Não esperavam os irmãos e faziam de algo sério e profundamente espiritual, algo irreverente e altamente carnal. Resultado disso: “eis a razão por que há entre vós muitos fracos e doentes e não pouco os que dormem” (1 Co. 11:30). Havia gente morrendo por não considerar a gravidade do que é estar na presença de Deus. No momento de culto devemos tremer perante o Senhor. É claro que podemos nos alegrar e devemos fazê-lo. Contudo, a manifestação da nossa alegria deve ser solene. A alegria cristã, não é a mesma alegria que alguém experimenta numa bodega ou num baile. Mesmo no mundo dos esportes, há diferença entre a alegria expressa no momento em que um jogador faz o gol do campeonato e a alegria sentida por ocasião do banquete concedido, no clube, em comemoração da vitória. Em ambos os casos a emoção é a alegria, contudo a maneira de expressá-la difere quando a situação muda de um lugar para outro. Da mesma forma, a alegria do louvor, não é a mesma do estádio. Esta alegria não é expressa por ”ah eu tô maluco!”, subindo e descendo nos bancos, gritando e assobiando. Os hinos que mais retratam a verdadeira alegria não são cânticos ensurdecedores, mas hinos como o nº 108 “Aflição e paz”, que declara “sou feliz com Jesus, meu Senhor!” em tom de leveza e suavidade. “Deleitar” e “temer” estão lado a lado no Salmo 112:1. E no salmo 2:11 aprendemos a alegrarmo-nos Nele com tremor. Alegria cristã não se manifesta como o barulho excitante da arena, mas “a alegria indizível e cheia de glória” (1 Pe. 1:8). Em casa, sozinho, ou em alguma circunstância que foi ricamente abençoado, pode até extravasar, cantar, gritar, mas no momento do culto solene, no momento da nossa audiência marcada com o Todo-Poderoso Rei do Universo, devemos nos apresentar com reverência e santo tremor. Culto não é feito com coisas externas, mas com o coração. Você pode até não dizer nada, mas no coração já falou tudo. Apresentemo-nos, portanto, perante o Senhor, com coração jubilante, compenetrados e sedentos por Deus. É momento de culto solene ao Senhor. A informalidade, deixe para outros momentos. Agora é momento formal. É assembléia solene. É algo grave, pesado. Contudo, deve ser feito de todo o coração. Se não tiver coração nisso, não vale nada. Mas também se só tiver coração e não tiver forma correta, também não vale nada. Precisamos dos dois – coração cativo à adoração sincera a Deus e forma bíblica reverente com temor e tremor. Deus abra nossa mente para entendermos isso sem relutância.
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