Deus
DEUS É ESPÍRITO
Esta proposição induz-nos à reflexão sobre os três tipos de vida no universo: 1- A puramente biofísica: vegetais e animais. 02- A humana, junção do metafísico com o biofísico, do transcendente com o empírico, do racional com o irracional, do patente com o imanente, do espiritual com o material. 03- A espiritual. Esta pode ser considerada sob três aspectos: a- O puramente espiritual e santo: Deus e seus anjos. b- O puramente espiritual, mas corrompido: Satanás e seus demônios. c- Opneumossomático ou psicossomático, ser unitário formado de espírito e matéria, componentes inseparáveis: O homem.
A vida física é pragmaticamente verificável. A espiritual pode, secundariamente, ser instruída da racionalidade, da moralidade e da religiosidade humanas, mas é primária, correta e definitivamente compreendida pela revelação bíblica. Afirmamos, pois, fundamentados nas Escrituras, que há uma vida espiritual superior, imaculada e imaculável, além e acima da criação: Deus, Criador de todas as coisas, fonte de todas as virtudes, Pai da eternidade, origem da real espiritualidade de seus eleitos. Entre a vida de Deus, substancialmente espiritual, e a do homem, basicamente psicossomática, um abismo diferencial se interpõe (Is 55. 8, 9; Nm 23. 19; Rm 9. 20). A vida humana, por outro lado, diferencia-se da vida animal. Ao ser humano, o Criador outorgou a inefável bênção da espiritualidade, dotando-o, consequentemente, de transcendentalidade e de eternidade. A espiritualidade humana, portanto, é dádiva de Deus, o único essencial e fundamentalmente espiritual. O homem somente se realiza, quando o seu espírito é tocado pelo Espírito de Deus, harmonizando-o e reconciliando a “imago Dei” com o seu Criador.
GRANDEZA DE DEUS
Auto-suficiência. Deus não tem carências ou necessidades de quaisquer naturezas, pois é completo e perfeito em si mesmo. O Criador independe das criaturas. É erro pensar, como fazem alguns, que Deus precisa dos homens; estes é que não existiriam, não sobreviveriam e não se salvariam sem um Criador, Governador, Preservador e Redentor.
Eternidade. A nossa existência restrita ao espaço e ao tempo, acrescida de fragilidades espirituais e racionais, impede-nos a compreensão e apreensão da eternidade de Deus. Para o quase inexistente o plenoexistente torna-se praticamente inconcebível. Afeitos ao transitório, ao fenomênico e ao limitado, a imperecibilidade, a imensurabilidade e a inescrutabilidade de Deus atordoam-nos e nos conturbam.
Imutabilidade. Deus é imutável, eternamente o mesmo em sua pessoa, palavra, planos, decretos. Mudanças, variações e transformações acontecem no reino dos imperfeitos, incompletos e temporais.
Insondabilidade. O finito não pode entender o infinito, nem o mortal, o imortal. Sabemos sobre Deus apenas o que está revelado nas Santas Escrituras.
Onipresença, onisciência e onipotência. Deus se faz presente em todos os lugares ao mesmo tempo. Seu poder é ilimitado e soberano. Seu conhecimento é perfeito e completo, abrangendo o passado, o presente e o futuro. Para o Onisciente o “desconhecido” não existe em potência ou em ato.
Justiça e amor. Deus é justo e estabelece sua justiça e seu juízo na história, no tempo e na eternidade. O seu amor associa-se à sua justiça. O amor não anula a justiça: determina-a e a qualifica. Em Cristo Jesus a justiça e o amor divinos, conjugados, realizam a expiação dos eleitos.
Fonte: Catecismo Maior de Westminster
Leituras do Catecismo Maior
Pergunta 07: “Quem é Deus?
Resposta: Deus é Espírito (4.24), em si e por si infinito em seu ser (IRs 8. 27), glória, bem-aventurança e perfeição (Ex 3. 14); todo-suficiente(At 17. 24, 25), eterno (Sl 90. 2), imutável (Ml 3. 6), insondável (Rm 11. 33), onipresente (Jr 23. 24), onipresente (Ap 4. 8), infinito em poder (Hb 4. 13), sabedoria (Rm 16. 27), santidade (Is 6. 3), justiça (Dt 32. 4), misericórdia e clemência, longânimo e cheio de bondade e verdade”(Ex. 34. 6).
Pergunta 08: “Há mais de um Deus?
Resposta: Há um só Deus, o Deus vivo e verdadeiro” (Dt. 6. 4; Jr 10. 10; I Co 8. 4).
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